domingo, 20 de dezembro de 2009

Velho não, gasto.

Ontem tive o meu primeiro momento "melhor idade". Não, ainda não fiz 65 anos. Estou longe disso e ainda a caminho do meu quadragésimo sexto aniversário. Mas isso não impediu que ao esperasr em uma fila de shopping com minha esposa, eu fosse chamado por uma das caixas por ser "prioridade".

Achei engraçado, mas minha esposa ficou indignada e saiu logo em minha defesa (ou da sua?): "Não tem prioridade aqui, não"...

Eu preferi deixar a moça menos constrangida dizendo-lhe: "Velho não, gasto"...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mais uma...

No dia 2 de janeiro de 2008 publiquei, aqui mesmo neste blog, uma nota sobre o risco de depender de formatos fechados para armazenar os seus, os meus, os nossos, documentos digitais.

Naquela época, uma certa empresa considerou que certos arquivos eram perigosos e por isso mesmo não poderiam mais ser abertos pelas versões mais recentes e seguras dos seus aplicativos.

Agora a coisa melhorou e, graças a esta mesma empresa, não apenas consigo demonstrar o risco do uso de formatos fechados como também o risco do uso de softwares fechados. Desta vez, graças a um certificado digital vencido, os usuários de uma versão mais antiga dos produtos desta empresa, e que usaram os mecanismos de proteção de acesso oferecidos como vantagem, se viram trancados para fora, sem acesso aos seus documentos.

A empresa diz que sabe do problema e avisa quando o mesmo for resolvido. Enquanto isso, fico pensando que um documento só é protegido quando o seu conteúdo é importante. Quantas empresas estão com pilhas virtuais de documentos eletrônicos importantes e necessários aos seus negócios que não podem ser abertos porque um certificado vencido incorporado em um código fechado os impede?

É claro que, para aquelas empresas e órgãos que realmente precisam do acesso a estes documentos, resta a opção de comprar a versão mais recente deste produto. Pois a nova versão não padece do problema.

A situação é a mesma daquele inquilino que tem a fechadura de sua casa trocada pelo locador. É claro que a nova fechadura é melhor e mais segura que a velha, mas para poder usá-la e voltar a entrar na sua casa, o inquilino deve providenciar uma cópia da chave.

Coincidentemente, só o locador fabrica estas cópias....

Geotagging

Somos todos unânimes: queremos serviços que sejam cada vez mais rápidos, transparentes, acessíveis e disponíveis. Para tê-los, abrimos cada vez mais as nossas vidas para os provedores destes serviços que, por sua vez, nos recebem avidamente e comercializam as nossas informações na forma de listas qualificadas ou de estatísticas populacionais.

Queremos os serviços, preferencialmente de graça, mas não queremos em hipótese alguma que os nossos dados sejam usados como moeda de troca ou forma de remuneração para os provedores destes mesmos serviços. O mais engraçado é que queremos tanto os serviços que nem lemos as condições e políticas de privacidade. Clicamos no "Aceito" sem nem piscar.

Depois, a conversa é outra...

Um exemplo interessante é o recurso de geotagging que é possível devido à massificação do uso do GPS. Podemos incluir em cada tweet, em cada mensagem, uma informação que permite dizer aos nossos amigos onde estamos naquele momento. Para quem quer marcar um almoço com os amigos, é uma função muito interessante. Para os pais que querem saber por onde andam os seus filhos, mais ainda. Já para os filhos, e para certos cônjuges, talvez não seja uma informação que estejam ávidos para compartilhar.

Mas, independente da vontade destes usuários específicos, a quem mais interessa saber onde eu estou? Posso imaginar, no máximo, uma dúzia (se não menos) de pessoas com quem eu me interessaria em compartilhar minha localização. Seja por motivos pessoais ou profissionais. O resto do mundo não precisa saber onde estou. Na verdade, nestes tempos de sequestro relâmpago, é melhor que o resto do mundo não saiba mesmo.

Mas o serviço está aí, ganhando adeptos e se tornando a coqueluche do momento. Se você tem uma conta no Twitter e um celular 3G, já pode contar ao mundo não apenas o que está fazendo como também onde você está.

O resto fica com a interpretação dos leitores. Afinal, um tweet que leia "em êxtase" com um geotag de um hotel barato, não deixa muito para a imaginação...