quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Uma Noite Meio Grega

Depois de dois anos de reclusão pandêmica e, convenhamos, querendo experimentar coisas novas, fomos arriscar o jantar no Greta Kouzina. Um restaurante com pegada grega que abriu na QI 9 do Lago Sul em Brasília.

Situado no que em outras cidades seria uma esquina, o Greta logo agradou pelo ambiente. Azul e branco alternando nas paredes fazendo lembrar de Santorini; mesas montadas na varanda contornando o bar e a cozinha. Muito agradável e sem nenhuma afetação de restaurantes “metidos a chique”.

Apesar de não termos feito reserva, E. e eu fomos rapidamente acomodados em uma mesa na varanda e logo avisados que alguns itens do menu não estavam disponíveis naquela noite. Confesso que fiquei decepcionado na largada pois um dos pratos era o Moussaka que eu estava querendo muito apreciar. Especificamente com relação ao Moussaka, o garçom foi rápido em dizer que o prato não estava pronto “ainda”, mas que mais tarde, se ainda estivéssemos interessados, quando estivesse, poderíamos até pedir. Me subiu um pequeno alerta.

Pedimos uma entrada. Spanakopitas. Pequenos pastéis de massa filo recheados com queijo de cabra e espinafre e fritos. Estavam bem saborosos e o prato muito bem montado, convidativo mesmo, mas o brilho da gordura na massa recomendava comê-los com garfo e faca ao invés de usar os dedos.

Na hora de pedir os pratos, como alguns que eu queria estavam em falta e a Moussaka ainda não estava pronta, E. resolveu ficar numa salada e eu acabei escolhendo um prato tipicamente grego: um salmão. Depois de trocar uma ideia com o sommelier e acatar a sugestão de um chardonnay mais mineral que estava disponível em meia-garrafa, esperamos os pratos enquanto aproveitávamos do ambiente e da noite, clara e agradável.

Uma coisa devo dizer sobre o Greta: os pratos são muito, mas muito bem servidos. A salada Santorini que E. pediu tinha uma quantidade generosa de couscous marroquino, queijo de cabra, tâmaras, pistache, damasco e até um pouquinho de rúcula e um vinagrete de romã que parecia muito interessante. No final, ela comentou que a salada poderia se beneficiar de um pouco mais de folhas.

A posta de salmão em crosta de castanhas estava linda! Servida sobre uma cama de purê de beterraba e legumes salteados com um azeite verde, compunham uma primeira impressão muito bonita. Mas vamos por partes. O salmão estava extremamente bem-acabado. Ponto correto, crosta perfeita e em harmonia com o purê de beterraba. Estranhei que perdidos no purê estavam alguns aspargos verdes grelhados, muito bem preparados, mas que não estava agregando muito ao prato. Sei que é mania de brasileiro colocar farofa em tudo, mas, acho que um crocante de castanhas complementaria muito bem o prato no lugar dos aspargos.

A quantidade de comida era tanta que nem eu nem E. conseguimos acabar com nossos pratos.

A sobremesa ficou só para E. pois preciso parar de crescer para os lados: Melomakarona, biscoitos de camadas massa filo com mel servidos com sorvete de baunilha. Um pouco difícil de começar a comer, pois a massa filo é extremamente quebradiça, mas E. gostou muito.

O Greta é um restaurante que está começando e que ainda tem seus problemas de logística. Faltar algum prato ou ingrediente é até aceitável, mas deixar a impressão que um prato interessante é feito de forma antecipada e não para o cliente, me parece meio problemático. O paladar brasiliense pode até não estar preparado para o sabor da comida grega, mas isso não deveria implicar em menos opções gregas de fato no cardápio.

Certamente vou voltar ao Greta. Ainda tenho uns Gyros de polvo e Keftedes para experimentar. Só vou mandar mensagem antes para saber se terão ou não a Moussaka para servir.


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