sexta-feira, 16 de julho de 2010
Chateau la Variére - Anjou 2008
Faz tempo que não tomo um cabernet franc e, confesso que quase tinha me esquecido do que essa uva é capaz e que, infelizmente, é geralmente muito maltratada por alguns produtores sul americanos. Este Variére, ao contrário, mostra um respeito com o vinho que eu não esperaria em um equivalente nacional do mesmo preço.
É um vinho equilibrado, com fruta o suficiente sem ser excessivo e amadeirado o bastante sem ser opressivo. Como muitos dos grandes vinhos franceses, é um vinho leve no álcool (apenas 12,5%). O Variére vem do vale do Loire onde a família Beaujeau mantém um vinhedo de 68 hectares da cabernet franc.
É aí que entra o selo de "vigneron independant". A Vignerons Independant de France é uma associação que promove os vinhos dos pequenos, logo "independentes", produtores da França. Esta associação surgiu para defender os pequenos viticultores da força massificante das grandes cooperativas agrícolas que passaram a vender vinhos misturados de diversos produtores.
Quem dera tivéssemos o mesmo tipo de associação para os pequenos produtores de cachaça no Brasil.
Achei na Vintage Express por R$ 65,00
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Quinta do Casal Branco
Este Ribatejo é um grande exemplo disso. Consistindo de um vinho branco, um tinto, um rosé e de uma marca de azeite, a Quinta do Casal Branco conseguiu produzir um tinto de grande qualidade que mereceu o terceiro lugar da Wine Enthusiast em 2008.
O Tinto da Quinta do Casal Branco é um corte onde as uvas Castelão, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet são mescladas com arte, produzindo um vinho elegante, com aromas de frutas vermelhas (quase compotas) e ao longe um quê de chocolate. A acidez é correta, tornando-o um vinho que pode muito bem acompanhar uma carne mais gordurosa no jantar ou mesmo um queijo em um happy-hour.
É um vinho equilibrado, fácil de beber e que não guarda surpresas mas mantém o interesse até o fim da garrafa.
Neste vinho, os portugueses aprenderam a atender à demanda por vinhos mais alcóolicos, mas os 13,5% não pesam, sendo muito bem integrados aos demais sabores e aromas.
Achei na Vintage Express. O preço posto depois.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Almoço de domingo
sábado, 1 de maio de 2010
Haute Côte de Beaune - 2006
Neste catálogo, os preços dos vinhos de Bourgogne me chamaram muito a atenção. Não pela oportunidade, mas pelo exagero. Tudo bem que os borgonhas são, por conta própria, uma categoria extraordinaria de vinhos. Mas ainda não cheguei ao nível de pagar R$ 200,00 ou R$ 300,00 por uma garrafa sem sentir um desconforto no bolso. Quem sabe um dia...
Esse catálogo, no entanto, me lembrou o meu primeiro encontro com um Bourgogne. E faz pouco tempo, em Dezembro do ano passado.
Não poderia ser uma estréia mais interessante. O Haute Côte de Beaune é um vinho de mercador onde predomina o que Jean Baptiste Béjot entende que o mercado aprecia. Mesmo assim, é um vinho com alma, com uma acidez confortável que combina com comida e ainda permite que seja saboreado e descoberto por conta própria.
Ao contrário dos vinhos de competição, que se abrem desavergonhadamente no primeiro gole, este borgonha se esconde e brinca com a gente. O sabor está lá, atrás de uma suave camada ácida que não o perturba. Muito pelo contrário, o complementa e o realça à medida que a garrafa é esvaziada.
A outra coisa digna de nota é ver o que se faz com a uva Pinot Noir nesta região da França. Nada a ver com o Pinot "balinha" noir que encontramos vindo de vizinhos mais ou menos próximos. A uva aqui foi tratada com o respeito que merece, resultando em um vinho equilibrado, agradável e sem aquele gosto artificial de confeito de feira.
Em um tempo onde grandes borgonhas aparecem por valores astronômicos, este vinho do Béjot até fica parecendo barato.
Achei na Vintage Express por R$ 80,00
sábado, 17 de abril de 2010
Finca Sur - Chardonnay 2008
Ainda bem que a Finca Sur é regra e não exceção. Um chardonnay honesto com boas notas de frutas e um leve toque de pimenta do reino no final.
O chardonnay da Finca é um bom, se não excelente, compromisso entre preço e qualidade: um branco correto, com bom sabor e corpo que, certamente, conforme o ano e o clima, pode até vir a produzir um grande vinho.
Em 2008, a Patagônia conseguiu prouzir um branco correto, suave e, de forma geral, muito bom pelo preço, uma característica que parece estar se tornando marca desta viícola.
Achei na Casa Ouro por R$ 24,00
sábado, 10 de abril de 2010
Finca Sur – Malbec 2008
Abri essa garrafa no último dia 3 de abril e, sinceramente, se mantiverem a qualidade esse Malbec vai dar trabalho para muita gente grande. Confesso que os 14° de álcool me causaram arrepios ao ler o rótulo mas garanto que apesar da potência, o equilíbrio deste Malbec é exepcional. Não fossem as lágrimas espessas, não daria tanto álcool assim para a taça.
Há uma presença marcante de cassis no nariz sem o exagero que poderia torná-lo mais um vinho balinha.
As notas de baunilha do carvalho novo estão lá, mas corretamente mescladas n'um pano de fundo que garante uma boa degustação.
A cor é intensa e realçada pelo colar de pérolas que se forma na linha onde q o vinho encontra a taça (mais uma indicação dos 14°).
Ao longe, um traço de ácido e um leve travo de tanino que prometem, enganam, mas não chegam a cumprir.
Um bom vinho para o dia a dia ou para aquele churrasco. Ainda mais pelo preço.
Achei na Casa Ouro por R$ 24,00